Eu tenho certeza de uma coisa: se você sonha em ser militar, não vê a hora de poder atirar com um armamento de verdade, não é mesmo? Sim, sim, eu entendo isso e comigo também não foi diferente. Ao entrar na EsPCEX eu não via a hora de poder atirar e realizar outras atividades típicas dos militares, como os corridões puxando canção, pistas de obstáculos, etc.

Só que isso não foi assim instantâneo! Você não vai atirar já na sua primeira semana na Escola de Formação, combatente, pode tirar o seu cavalinho da chuva. Logo após a nossa adaptação, nós começamos a ter instruções preparatórias para o tiro (IPT), onde utilizávamos o FAL, o Fuzil 7,62mm tão famoso e que está sendo substituído pelo Imbel IA2 como o armamento padrão do Exército. Nessas instruções iniciais, aprendemos o básico sobre o armamento. O seu funcionamento, manuseio, manutenção, etc. Aos poucos íamos ficando mais familiarizados com o armamento.

Lógico que foi uma sensação incrível segurar o FAL pela primeira vez, eu estava me sentindo o próprio RAMBO! Nas primeiras semanas, sempre que tínhamos a oportunidade de estar com o armamento, principalmente quando tínhamos algum intervalo em que podíamos levá-los para o alojamento, ficávamos montando e desmontando, treinando progressões por entre os beliches e fazendo todo o tipo de peruações! Deixávamos de descansar nesses pequenos intervalos para aproveitar esses momentos com o armamento (e se você já foi militar, sabe o quanto os momentos de descanso são valiosos no período básico de formação)!

Também começamos a ter outras instruções onde utilizávamos os armamentos, como ordem unida armado e técnicas de camuflagem. Todas essas instruções, aliás, compõem o ciclo de instrução básica de todo militar e você, como um futuro Oficial ou Sargento, ministrará essas instruções para os soldados do seu batalhão com muita frequência, portanto, leve isso muito a sério, procure se dedicar ao máximo e aprender bastante!

Dá pra ver que a peruação no alojamento, quando os tenentes não estavam por perto, era grande né? kkkkkkkkk

Se você não sabe, os armamentos, dentro de qualquer quartel (e na EsPCEX não era diferente), ficam guardados dentro das chamadas “Reservas de Armamentos”, que são locais que possuem uma segurança bem maior e são preparadas para estocar os armamentos de forma adequada. Sendo assim, sempre que íamos pegar os nossos armamentos na reserva, formávamos uma fila gigante. Logicamente que nós não ficávamos batendo papo enquanto não chegava a nossa vez, não é mesmo?! Ficávamos “quicando” no chão, ou seja, correndo no mesmo lugar e cantando canções militares diversas, enquanto o comandante de pelotão nos aguardava, olhando atentamente para o seu cronômetro e para o tempo que faltava para estarmos prontos para dar início a instrução. Lógico que nunca dava tempo… aí era sentado um dois, de pé um dois, até aquecer bem as articulações e oxigenar o cérebro!

Depois que tivemos as instruções preparatórios para o tiro, foi a vez do nosso primeiro tiro de fuzil. Para 99% de nós, aquela seria a primeira vez que atirávamos com um armamento real (alguns já tinham sido militares). Dá uma olhada no vídeo abaixo que eu falo um pouco sobre como foi o meu primeiro tiro real!

Depois do nosso primeiro tiro, nós já estávamos habilitados a tirar serviço nos postos de sentinela armado da EsPCEX, o chamado serviço externo. Esse postos, apesar de serem chamados de externos, ficavam dento da EsPCEX, porém fora das companhias, por isso esse nome (desde o primeiro dia na EsPCEX nós já tirávamos serviço, porém, somente internos, ou seja, dentro das companhias e instalações). Lembro que foi uma experiência muito bacana estar ali fora, armado, sendo responsável pela segurança do local. Lógico que com o tempo e com o número de serviços que tiramos, nós acabamos meio que ficando “sem saco”, mas os primeiros serviços são realmente marcantes!

Depois do fuzil, tivemos também instruções com pistolas, no caso, a Imbel 9mm, armamento padrão do Exército, juntamente com a Beretta 9mm, que também é encontrada em diversos batalhões. Da mesma forma, tivemos instruções preparatórias para o tiro e depois realizamos o tiro propriamente dito.

É importante destacar que na EsPCEX as instruções são bem mais básicas do que na AMAN, por motivos óbvios. Uma das razões dos níveis de acidentes serem tão baixos nas Escolas de Formação das Forças Armadas, apesar do grande número de instruções e de muitas delas oferecerem sim diversos tipos de risco, é o fato de que a segurança é sempre colocada em primeiro lugar. Nesse sentido, as instruções seguem uma crescente em sua complexidade e o cadete, no que diz respeito ao tiro, só irá fazer séries mais complexas no decorrer da sua formação, já na AMAN.

Além disso, durante a sua formação e mais tarde, quando você realizar cursos operacionais, como o Guerra na Selva, Comandos e o Precursor Paraquedista, você também travará contato com diversos outros tipos de armamentos, fique tranquilo!

FÉ NA MISSÃO!

1º TEN THIAGO HENRIQUE – CEO DO ELITE MIL

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Veja mais de nosso conteúdo

EEAR

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Ut elit tellus, luctus nec ullamcorper mattis, pulvinar dapibus leo.

EAM

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Ut elit tellus, luctus nec ullamcorper mattis, pulvinar dapibus leo.

CFN

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Ut elit tellus, luctus nec ullamcorper mattis, pulvinar dapibus leo.

ESA

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Ut elit tellus, luctus nec ullamcorper mattis, pulvinar dapibus leo.

EsPCEX

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Ut elit tellus, luctus nec ullamcorper mattis, pulvinar dapibus leo.