Em primeiro lugar, sejam muito bem vindos. Aqui, neste primeiro post, gostaria de explicar rapidamente um pouco mais sobre a nossa história, nossas motivações e a razão pelo qual inicio hoje este Blog.
Se você já deu uma passeada pelo nosso site ou é aluno do Elite Mil – Cursos Preparatórios, já deve saber quem somos nós. Se é novo por aqui, permita-me fazer uma rápida introdução de minha pessoa:
Meu nome é Thiago Henrique, nasci no dia 28/07/1990 em Caruaru, interior de Pernambuco. Sou filho de mãe solteira em uma família de classe média baixa. Desde muito cedo iniciei na prática de diversos esportes, mas foi no basquetebol que alcancei um melhor desempenho e, desse modo, excelentes oportunidades. Ao final do meu ensino fundamental, tendo estudado em escolas medianas durante toda a minha vida, fui convidado a estudar em um dos melhores colégios da minha cidade, com uma bolsa de estudos, por um treinador conhecido pela sua rigidez e bons resultados esportivos. O ritmo de treinamentos se tornou muito intenso durante os próximos 3 anos de minha vida, onde fui convidado para jogar em clubes como o Sport Clube Recife e na Seleção Pernambucana Infantil de Basquete. Tal rotina de treinamentos, criou em mim uma disciplina e uma força mental que, mais tarde, durante minha formação militar, viriam a se tornar valiosas.
Após concluir o Ensino Médio, prestei Vestibular para o curso de Ciências Biológicas da UFPE, onde obtive a 5º colocação. No ano seguinte, cursei cerca de 5 meses do referido curso, porém algo não me deixava feliz. Gostei muito do curso, afinal, sempre gostei muito de mato, de animais, etc. Porém o fato que mais me incomodava era não poder auxiliar financeiramente a minha família, nem ter uma perspectiva de quando poderia fazer isso. Eu pensava em abandonar os estudos e arranjar um emprego. Eis que um panfleto jogado na rua, quando voltava da aula na faculdade, em direção à casa do estudante, onde residia no Recife, me chamou atenção: “Seja Oficial do Exército”! E mais do que isso, no verso do panfleto algumas “frases mágicas” me deixaram totalmente vislumbrado: “durante a sua formação você terá direito à uma bolsa de estudos, alimentação, moradia e assistência médico-odontológica”. Naquele momento, minha vida mudou. Decidi que seria um Oficial do Exército!
Imediatamente, fui à uma lan house (não, não sou tão velho assim) e inicie minhas pesquisas. Uma gama gigantesca de possibilidades e oportunidades surgiram bem na minha frente. Concursos da EsSA, EsPCEX, AFA, EEAR… comecei a ler editais, baixar provas anteriores, e vi que aquilo tudo estava ao meu alcance! Daí, durante aquelas horas sentado na cadeira da lan house, atento ao tempo que faltava para terminar a minha hora, vi uma imagem da Academia Militar das Agulhas Negras, com os cadetes uniformizados em seus trajes de passeio e ratifiquei: Sim, serei oficial do Exército.
No próximo final de semana que fui para minha casa, lembro como hoje, dei duas notícias à minha mãe:
– “Mãe, eu larguei a faculdade e vou fazer uma prova para entrar no Exército”.
A primeira reação foi de espanto mas, em alguns minutos, após eu ter explicado o motivo pelo qual eu estava fazendo aquilo, ela entendeu que aquela realmente era uma melhor opção e, como sempre fez e faz, me motivou à lutar pelo que eu queria. E antes de finalizarmos a conversa, ela me fez uma pergunta:
– “Meu filho se você passar nessa prova você vai morar onde?”
– “Vou para Campinas, mãe, passar um ano lá e depois mais 4 anos em Resende, no Rio de Janeiro”.
Ela não falou mais nada. Foi para a cozinha, ficou por lá, fez um café (o famoso café da Tia Walkíria que os nossos alunos tanto gostam). Ao passar por ela eu percebi que ela chorava. Eu sei por que ela chorou. Chorou, pois sabia que eu ia conseguir. E quando eu conseguisse, eu iria para longe. Minha mãe sempre acreditou em mim!
A partir dali iniciei um período de cerca de 13 meses de intensos estudos. Sozinho, no meu quarto, imprimi o edital da EsPCEX, reuni todos os meus livros (não tínhamos Internet em casa ou todos os meios eletrônicos de hoje) e comecei a estudar. E quando eu digo estudar, eu digo ESTUDAR MUITO! Apliquei toda aquela disciplina que aprendi com os esportes nos estudos. Estudava das 08h da manhã às 21h. Eu já sabia que seria aprovado, pois ninguém poderia estar estudando mais do que eu.
Naquele período, minha família passava por sérias dificuldades financeiras, tendo minha mãe que sustentar dois filhos com as comissões de suas vendas de cosméticos e roupas. Foi aí que, da necessidade, vi uma oportunidade: começar à dar aulas particulares. Me aproveitando dos contatos que tinha no colégio onde estudei, pessoas com uma renda muito elevada, comecei a dar aulas particulares em domicílio e na minha própria casa, na mesa da cozinha e, rapidamente, fiquei conhecido na cidade. Era uma rotina muito intensa de estudos e aulas mas que, por fim, me auxiliou financeiramente e também em matéria de conhecimentos. A melhor forma de aprender é ensinando, não é mesmo? Também fui convidado para ministrar aulas de matemática em substituição à professores no meu antigo colégio, sendo isso algo que me orgulhou bastante na época.
Sendo assim, segui minha trajetória rumo ao concurso da EsPCEX. No dia da primeira prova, me lembro bem, saí de sala com a certeza de que não seria aprovado. Meu calo apertou: Português! Fique muito triste mesmo, até que, pela noite, quando tive acesso ao gabarito da prova e corrigi as minhas questões, verifiquei o inacreditável: eu havia errado apenas 1 questão em matemática e 3 questões em Português. Eu ainda estava no jogo.
Após as provas, fique esperando ansiosamente pelos resultados. Eu já havia corrigido as questões, havia visto as notas dos aprovados dos anos anteriores e sabia que, muito provavelmente, eu seria aprovado. Mas a certeza mesmo só veio com a lista de aprovados onde, mais uma vez, sentado em uma Lan House, constatei que havia tido a 75º melhor nota no concurso da EsPCEX, em um universo de algumas dezenas de milhares de inscritos. As próximas etapas do concurso ainda estavam pela frente. Exames médicos, MUITOS EXAMES, e o famoso Teste de Aptidão Física (TAF)… eis que eu, que sempre fui atleta, resolvi me testar na barra fixa, um dos exercícios previstos no edital da EsPCEX (3 repetições), a cerca de 4 semanas para a realização dos testes. Quantas barras eu fiz? 0. Isso mesmo, zero! Foi ali que percebi que ser alto (1,96m) não é nada bizu na hora de fazer barra! E percebi que deveria ter começado à treinar antes. Foi ali que descobri o significado da palavra “sanhaço”, pela primeira vez.
Procurei então a ajuda dos meus amigos. Muitos me deram as maiores e mais bizarras dicas de treinamento. Uns falaram que eu tinha que treinar barra 5 vezes ao dia, que eu deveria malhar, que eu deveria pendurar uma barra em casa e fazer o máximo de repetições todas as vezes que passasse pela barra… outros, mais “especialistas” ainda, me garantiram que eu deveria tomar alguns anabolizantes e suplementos que me fariam ganhar muita força em pouquíssimo tempo. Eu já estava entrando em desespero. No meu bairro existia (e ainda existe) uma academia de musculação nada convencional. Lá, os integrantes eram só homens, o ambiente é sujo e silencioso e o proprietário é um cara de cara amarrada e poucas palavras, gigante, que gosta de ler Osho e falar sobre filosofia e política. Expliquei a ele o meu problema. Esse cara me ajudou. Devo muito a ele! E sabe qual foi o segredo? Não teve segredo. Eu tinha que fazer barra. O que acontecia é que eu tentava treinar barra antes e, como não conseguia, ficava logo com vergonha e desistia daquilo, deixava para depois. Lá naquela academia de caras estranhos, rapidamente vários sujeitos se mostraram dispostos à me motivar e ajudar.
E qual foi o resultado? Fui para o TAF, corri muito bem e na hora da barra… fiz duas barras e meia. Eram três. As lágrimas já vieram aos olhos, enquanto o oficial aplicador me dizia que eu teria uma segunda tentativa para realizar o exercício. Eu lembro que fechei os olhos e pensei na minha mãe. Pensei em todos os finais de semana em que ela trabalha exaustivamente, vendendo, fazendo cobranças… Pensei nos meus novos amigos de academia e na tristeza que eu teria em falar para eles que falhei. Pensei nas pessoas que estavam torcendo por mim. Pensei em todos que estavam torcendo para eu me dar mal. Eu fiquei com raiva de mim mesmo. Mas eu já havia me decidido: eu seria um Oficial do Exército. Fui para a repescagem…1, 2, meia… 3. Foram as 3 piores barras da minha vida, mas foram as primeiras. O oficial avaliador me olhou com aquela cara de reprovação e falou: “tá aprovado, candidato”. O resto do TAF saiu muito tranquilamente. O mais engraçado de tudo isso é que uma semana após o TAF eu já conseguia fazer 4 barras e fui treinando para chegar na EsPCEX bem condicionado. As três barras haviam se tornado um obstáculo mental para mim que, felizmente, consegui superar.
No início de 2010 me apresentei na EsPCEX… mas isso são outros capítulos.
Contei tudo isso, até aqui, para que você consiga entender a razão pela qual eu criei o Elite Mil – Cursos Preparatórios e qual a minha motivação em criar esse canal de comunicação on line. Eu sai de uma família humilde. Não sou filho de militares. Descobri a EsPCEX por acaso. Tive muitas dificuldades. E consegui. Qual a minha diferença para você? Eu te respondo: nenhuma!
O Elite Mil surgiu em 2017 quando, após me apresentar para servir na cidade de Boa Vista – RR, percebi que não haviam cursos preparatórios voltados para a carreira militar. Achei um absurdo isso, que uma capital do país, com uma população de militares e ex-militares considerável, não possuísse uma única instituição com turmas pré-militar. Decidi então abrir as portas do curso. Sem nenhuma experiência em administração de empresas, empenhando todas as minhas economias e tempo livre, eu tomei uma decisão: eu iria mostrar para os jovens daqui que com estudo direcionado e muita disciplina e dedicação, eles também poderiam ser aprovados nos concursos militares mais concorridos do país. E aqui estamos nós, lutando, juntos, diariamente. Olhar para os nossos alunos me dá energia. Me lembra de um tempo onde eu me sacrifiquei muito, mas fui recompensado pelos meus esforços. Olhar para os nossos alunos me faz ter a certeza de que esta é a parcela de progresso que eu posso prestar para a nossa sociedade. E nós vamos vencer!
Então se você chegou até aqui, saiba que você pode. “Nunca baixe a cabeça diante de obstáculos que já foram ultrapassados por outras pessoas”. Você não é pior do que ninguém. Você quer sua vaga? Então lute por ela! Estude, treine, estude e estude mais. Mas, mais do que isso: se mantenha motivado. Vá buscar o que é seu e volte para casa todos os dias com a cabeça erguida. Você consegue.
Aqui no Blog Elite Mil nós iremos divulgar conteúdos relativos à estudos, carreira militar, treinamentos físicos e assuntos que são do seu interesse. Continue com a gente, você não esta sozinho. Interaja conosco, deixe seu comentário e mande suas dúvidas. Se você sonha em vestir uma farda, em pertencer às Forças Armadas e ter a oportunidade de realizar coisas ímpares durante a sua carreira, junte-se a nós e se mantenha ligado no nosso Blog e nas nossas redes sociais.
BRASIL ACIMA DE TUDO!
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